RESENHA HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN



A magia do cinema está em poder vivenciar histórias que jamais havíamos imaginado, é poder adentrar mundos únicos que permeiam a criatividade, é poder conhecer personagens que se tornarão parte do nosso crescimento e amadurecimento. Em toda história do cinema, centenas de personagens se tornaram memoráveis, e o bruxinho Harry Potter é um destes que durante uma década, sete livros, oito filmes, brinquedos e centenas de outros produtos encantou o mundo e ensinou a crianças, jovens e adultos o que é perseverança e amizade. Nas próximas semanas o mais amado filme da saga Harry Potter completa vinte anos, o filme que apresentou o amadurecimento do jovem bruxo, que transportou os fãs a um outro patamar da saga e durante duas décadas tornou-se o mais cultuado e aclamado de todos. Estamos falando do épico Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, o terceiro filme da saga do bruxinho, nos leva a um novo ano letivo para Harry e seus fiéis amigos Ron Wesley e Hermione Granger.

Nesta nova aventura os amigos se deparam com um perigo eminente, o temível assassino Sirius Black conseguiu um feito nunca visto antes, fugir da prisão do bruxo, conhecida como Azkaban. Sendo um antigo partidário daquele que não deve ser nomeado, Harry se torna alvo de Black e agora precisará se preparar para ficar cara a cara com alguém próximo aos seus pais. Nesta aventura repleta de magia, Harry irá conhecer um pouco mais sobre o passado e as relações pessoais dos pais, bem como enfrentar um inimigo que se revela alguém muito mais importante para ele e seu futuro, numa jornada de descobertas, junto a Ron e Hermione ele vai aprender mais sobre o seu legado, desafios e novos feitiços que os tornarão ainda mais fortes. Conhecido pela mudança de tom, O Prisioneiro de Azkaban, marca a transição da infância para a juventude do famoso bruxinho criado pela escritora J.K. Rowling e seus amigos, o longa lançado no verão americano de 2004, dirigido pelo visionário Alfonso Cuarón, em sua primeira empreitada em um filme falado em língua inglesa, marca também a maior audácia de toda a saga, onde pela primeira vez, Lord Voldemort não é o principal antagonista e as relações interpessoais são mais aprofundadas. A nuances apresentadas neste terceiro filme, seguem junto a um publico cativo que iniciava na mesma época a chegava da adolescência, onde enfrentavam as diferenças da vida, o despertar de novas paixões e ideais mais determinados, assim como os intérpretes do trio principal, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, vivenciava a mesma mudança que seus personagens e seus fãs mais cativos. 

Um grande acerto feito pelas brilhantes mãos de Cuarón, deixar que a juventude e suas descobertas fossem relevantes e importantes em um longa de fantasia tão aguardando quanto fora O Prisioneiro de Azkaban. Como qualquer adaptação para o cinema, o terceiro anos de Harry na escola de magia e bruxaria de Hogwarts, possui algumas diferenças e ajustes se comparado ao material original, o roteiro do longa concentra-se em evidenciar o amadurecimento de Harry e suas perspectivas, como sua força de vontade em aprender a usar um novo feitiço, do qual bruxos da sua idade ainda não estão aptos, bem como em aperfeiçoar ainda mais a relação de amizade entre ele Ron e Hermione. Aqueles fãs mais exigentes, vão sentir falta talvez da apresentação dos marotos, grupo do qual o pai de Harry, Thiago Potter, participava durante seus anos de escola ao lado dos amigos Remo Lupin, Pedro Pettigrew e do personagem que dá o título do filme Sirius Black. Porém, o filme consegue adaptar suas aparições e enquadrá-los na história sem prejudicar o enredo e elevando ainda mais a importância do trio principal para a jornada que eles possuem pela frente.

Um grande mérito à direção de Cuarón está na idealização da fantasia, neste longa sendo evidenciado e transportado para as telas como se estivéssemos realmente dentro do filme, utilizando talvez a mais bela fotografia da saga Harry Potter, O Prisioneiro de Azkaban conduz o espectador as belas paisagens escocesas, que servem de cenário para Hogwarts e para o vilarejo de Hogsmeade, este apresentado pela primeira vez na saga. É neste filme que são apresentados também pela primeira vez os temíveis Dementadores, criaturas magicas que guardam a prisão de Azkaban e tornam-se um empasse para Harry durante sua jornada, com visuais esplendidos que chegam a causar espanto e medo àqueles despreparados, Cuarón e sua equipe conseguiu transpor as telas talvez os seres mais complexos das páginas dos livros e acertou precisamente na produção das criaturas. Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, é conhecido também como a primeira empreitada do saudoso Michael Gambon, como o mestre Alvo Dumbledore, o destemido e astuto diretor de Hogwarts. Com o falecimento de Richard Harris em 2002, coube a Cuarón e sua equipe encontrarem um substituto que pudesse continuar o legado de Harris, e magistralmente Gambon entregou-se ao personagem e o imortalizou neste e nos filmes seguintes. O favorito entre a maioria dos fãs, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban não apenas se tornou um sucesso de publico e critica em sua passagem pelos cinemas, como se tornou cultuado com o passar dos anos. Sendo lembrado e enaltecido por uma legião de admiradores que cresceram nos anos 2000 e que conheceram Harry Potter e seus amigos ainda crianças e juntos tornaram-se adolescentes, depois adultos, onde muitos hoje são pais e ensinam aos filhos a importância de sonhar e imaginar. Harry Potter não é apenas um dos personagens mais queridos da cultura pop, como seus filmes e livros se tornaram marca de conquistas, idealizações e audácia para uma geração que ainda sonha junto ao menino que morava embaixo da escada e recebeu uma enigmática carta para viver uma aventura épica e única. 

Atemporal, O Prisioneiro de Azkaban é para nós admiradores, que crescemos junto a Harry, Ron e Hermione, que esperamos a chegada das nossas cartas, o meio da jornada, a transição para novos desafios e a espera de uma vida cheia de aventuras, nossa e dos amados personagens que nos ensinaram o que é amizade, lealdade e amor pelo próximo, e que daqui a duas décadas permanecerá lembrado, amado e cultuado como é hoje vinte anos depois de sua estreia.

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