A franquia Invocação do Mal conquistou um lugar especial entre os fãs do terror moderno. Criada por James Wan, a saga deu vida cinematográfica às investigações sobrenaturais de Ed e Lorraine Warren, transformando casos reais de suposta atividade paranormal em filmes de grande bilheteria. Agora, com Invocação do Mal 4, dirigido por Michael Chaves, o universo chega ao que promete ser o capítulo final da história principal.
O longa traz de volta Vera Farmiga e Patrick Wilson como os icônicos investigadores, acompanhados de Mia Tomlinson e Ben Hardy nos papéis de Judy Warren e Tony Spera. A narrativa se passa em 1986, período em que o casal Warren já estava aposentado, mas volta à ativa após um caso perturbador envolvendo a família Smurl e um misterioso espelho amaldiçoado.
Baseado em eventos reais que aconteceram em West Pittston, Pensilvânia, durante os anos 1980, o chamado Caso Smurl envolveu relatos de móveis levitando, odores insuportáveis, ruídos inexplicáveis e até ataques físicos. Mesmo com inúmeras tentativas de exorcismo, a família afirmava que a presença demoníaca resistia, intensificando o medo e o desespero.
Michael Chaves, que já havia comandado Invocação do Mal 3, buscou aqui um equilíbrio entre o horror sobrenatural e o peso psicológico da aposentadoria dos Warrens, criando um clima de despedida. O filme também aposta em recriar fielmente alguns momentos históricos do caso, além de inserir referências diretas e easter eggs de outros capítulos da franquia.
Mas, esse ultimo capítulo, possui um fim digno ou um desgaste inevitável?
Embora Invocação do Mal 4 tenha prometido encerrar a saga em grande estilo, a recepção é dividida. Em análise crítica, o filme resgata a atmosfera do primeiro capítulo, mas se apoia em clichês já saturados do gênero. O prólogo longo e arrastado, somado a sustos previsíveis e com a Annabelle de penetra na história, dão a sensação de que a narrativa foi conduzida mais para encerrar a franquia do que para explorar a fundo o caso dos Smurl.
O longa não escapa de tropeços: o desenvolvimento é por vezes tedioso, a ameaça sobrenatural parece repetitiva e o impacto dramático acaba diluído. Apesar disso, a produção ainda consegue entregar momentos de tensão e homenagear os capítulos anteriores, preservando a essência da franquia. O desfecho, mesmo não sendo o auge, se sustenta como uma despedida sólida e minimamente satisfatória.
No fim, Invocação do Mal 4 não apenas dramatiza um dos casos mais assustadores da trajetória dos Warrens, mas também fecha um ciclo importante para o cinema de terror contemporâneo. Para alguns fãs, a franquia talvez devesse ter terminado antes; para outros, esse capítulo final ainda traz uma conclusão necessária.
O espelho amaldiçoado dos Smurl não refletiu apenas o terror, mas também o encerramento de uma era. Ainda mais com a notícia de que o "Invocaverso" vai agora trilhar seu caminho em uma nova série, até então sem titulo e data de estreia.
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